sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Minha gestação (quase) vegetariana

Sabe aquela criança que não deixa matar nem uma formiga?! Que tem paixão por todo e qualquer bichinho?! Pois bem, sempre fui assim! E com o passar dos anos, esse sentimento foi crescendo e tomando proporções enormes em minha vida! Toda vez que sentava à mesa e me deparava com um pedaço de carne, imaginava o animal vivo, e o pior, o sofrimento pelo qual passara até chegar no meu prato.

Desde muito cedo deixei de comer a carne de alguns animais; já de outros sequer experimentei. Como sempre tive muitas restrições alimentares, passei a diminuir gradativamente o consumo de carne e a aprender a comer outros alimentos, até que um belo dia acordei decidida a tornar-me vegetariana! Não preciso nem dizer quantas críticas e quantas piadinhas recebi! Pense, além da forte cultura do consumo de carne existente aqui no sul, sou a única vegetariana dentre meus familiares e amigos! Confesso que no início não foi nada fácil, mas com o tempo fui descobrindo um mundo muito mais colorido e saboroso do que eu imaginava! É claro que contei com o apoio de uma nutricionista, que além de me explicar um pouquinho sobre meus novos hábitos, me passou uma reeducação alimentar. 

Até aí tudo OK! As preocupações começaram quando resolvi engravidar! Depois de mais de um ano sem comer carne, será que meu corpo estava suficientemente “saudável” para receber e nutrir um bebê?! Será que eu poderia continuar sem comer carne durante a gestação?!

Pois bem, assim como a maioria das futuras mamães, procurei minha ginecologista e solicitei aqueles vários exames para saber se estava tudo certinho comigo. Aproveitei para consultar, também, uma endocrinologista. Com exceção de uma pequena carência de vitamina D (aquela que o corpo produz quando exposto ao sol), descobri que tudo estava na mais perfeita ordem! Comecei então a tomar ácido fólico (Folin) diariamente.

Passados sete meses, tive a melhor de todas as notícias: eu estava grávida! A partir daí dei início ao acompanhamento pré-natal e procurei, novamente, uma nutricionista para auxiliar na minha dieta. 
A Dra. Fernanda, médica ginecologista e obstetra que escolhi para acompanhar minha gestação e parto, depois de conversar sobre o meu caso com a nutricionista (ambas trabalham na mesma clínica), prescreveu um suplemento vitamínico chamado Natele para evitar carências.

Por volta da décima quarta semana de gestação, então, suspendi o Folin e dei início ao uso do Natele, o qual se estendeu até trinta dias depois do parto.
Meu cardápio seguiu bastante variado, incluindo frutas, verduras, legumes, leguminosas (principalmente feijão e lentilha), cereais, proteína de soja, ovos, leite e derivados, entre tantas outras coisas. Se você parar pra pensar, um vegetariano come tudo, menos carne! E se você parar pra pensar mais um pouquinho, vai perceber quanta coisa gostosa existe nesse mundo que não contem carne! =)

Uma coisa importante que preciso contar é que atendendo a pedidos da Dra. Fernanda, voltei a comer peixe três vezes na semana. Segundo ela, o ômega 3 encontrado no peixe é fundamental para o desenvolvimento intelectual do bebê. Provavelmente eu poderia ter feito suplementação, mas confesso que  por diversos motivos acabei não questionando. 
Embora eu não tenha seguido à risca a dieta feita pela nutricionista, fiz o possível para me alimentar bem. Também segui com minhas aulas semanais de pilates até quinze dias antes do parto, quando o barrigão e o calor de fevereiro me forçaram a parar.
Fiz exames de sangue e urina quase que mensalmente durante toda gestação e nunca foi encontrado um problema sequer! Tive uma gravidez muito tranquila!

Com 38 semanas e 4 dias de gestação, através de parto cesáreo (por opção minha), nasceu o Bernardo, medindo 49,5cm e pesando 3,205kg, perfeito e esbanjando saúde!
Amamentei exclusivamente até o quinto mês, quando introduzi as papinhas de frutas uma vez ao dia. No sexto mês comecei a dar as sopinhas (e sim, as sopas levam carne!).
Hoje, com nove meses, o Bernardo é uma criança muito sadia e feliz. Come super bem e ainda mama no peito (pretendo deixa-lo mamar por muito tempo ainda)!

Já eu, sigo firme no meu propósito e espero que meu filho, um dia, faça a mesma opção que eu! Nada de imposições! Ninguém é feliz se não puder, ao menos, escolher o próprio caminho!


Beijos, Ana Karine


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